1. A Dialética do Silêncio: O Paciente Não Verbal e as Barreiras Invisíveis
• Descrição: Exploração do tratamento de pacientes que apresentam grandes dificuldades ou
recusas de comunicação verbal. O silêncio, em vez de ser uma ausência, se torna um campo
fértil para projeções e interpretações, e o desafio do terapeuta é romper com a superfície
estéril para acessar o inconsciente.
• Case Complexo: Paciente com histórico de abuso na infância e TEPT (Transtorno de Estresse
Pós-Traumático) que mantém total silêncio durante as sessões, comunicando-se apenas por
meio de microexpressões e linguagem corporal. O terapeuta deve usar abordagens não
convencionais, como interpretação de sonhos e técnicas baseadas no corpo, para criar uma
conexão terapêutica sem palavras.
2. Transferência e Contratransferência em Pacientes Borderline: Quando a Linha se Torna Tênue
• Descrição: Discussão sobre os desafios de manejar a transferência e a contratransferência em
pacientes com transtorno de personalidade borderline. Como as reações emocionais intensas
podem colocar o terapeuta em uma posição de vulnerabilidade e como lidar com a
manipulação emocional dentro
da terapia.
• Case Complexo: Paciente borderline que alterna entre idealizar e desvalorizar o terapeuta,
criando um ambiente emocionalmente carregado. O terapeuta, por sua vez, começa a
experimentar sentimentos intensos de frustração e exaustão, o que ameaça a neutralidade
terapêutica. O case explora como o terapeuta pode estabelecer limites claros e ao mesmo
tempo manter uma postura empática.
3. Narcisismo Patológico e a Fuga do Eu: Lidando com a Deflexão e o Controle
• Descrição: Foco em pacientes com traços de personalidade narcisista, que buscam controlar
a narrativa terapêutica, evitando vulnerabilidades e mantendo uma postura de superioridade.
Como o terapeuta pode penetrar as defesas de grandiosidade sem desencadear respostas
hostis.
• Case Complexo: Paciente narcisista que constantemente desafia a autoridade e a
competência do terapeuta, alternando entre encantamento superficial e desprezo. O desafio é
como estabelecer uma relação terapêutica onde o paciente não só aceite, mas internalize os
feedbacks e insights sem se sentir ameaçado.
4. Transtorno Dissociativo de Identidade: Navegando Múltiplas Personalidades em Sessão
• Descrição: Exploração da complexidade do Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) e
como o terapeuta lida com a mudança entre diferentes identidades, cada uma com seus
próprios traumas, necessidades e percepções do mundo.
• Case Complexo: Paciente com múltiplas personalidades, cada uma delas representando
diferentes estágios do trauma. Uma identidade é uma criança vulnerável, enquanto outra é
agressiva e defensiva. O terapeuta deve trabalhar com cada “eu” de maneira individual, sem
perder de vista a totalidade do paciente. O desafio é encontrar uma abordagem integradora
sem forçar a coesão prematura.
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5. Dependência Emocional e o Ciclo de Abuso: Quando o Paciente Recria Padrões de
Relacionamento Tóxico
• Descrição: Discussão sobre pacientes que, mesmo conscientes da toxicidade de seus
relacionamentos, continuam presos em ciclos de abuso emocional e dependência. Como o
terapeuta pode ajudar o paciente a romper esses padrões profundamente enraizados.
• Case Complexo: Paciente que se envolve repetidamente em relacionamentos abusivos,
justificando as ações do agressor e apresentando altos níveis de autossabotagem. O terapeuta
deve trabalhar com as complexas dinâmicas de baixa autoestima, medo de abandono e a
internalização de papéis de vítima e salvador, sempre respeitando o ritmo do paciente.
6. A Psicodinâmica do Trauma Intergeracional: Quando o Passado Continua a Ferir
• Descrição: Investigação dos efeitos do trauma intergeracional e como experiências
traumáticas passadas são transmitidas de geração para geração. O terapeuta precisa lidar não
apenas com o trauma pessoal do paciente, mas com as camadas históricas e familiares que
moldam sua psique.
• Case Complexo: Paciente com histórico de abuso familiar cujas relações atuais refletem
traumas transmitidos por gerações anteriores. O terapeuta enfrenta o desafio de abordar
padrões familiares disfuncionais enquanto ajuda o paciente a romper com o ciclo e
desenvolver uma nova narrativa de vida.
7. Amor e Ódio na Transferência: O Triângulo Emocional em Pacientes Obsessivo-Compulsivos
• Descrição: Análise das relações de amor e ódio que se desenvolvem na transferência,
especialmente em pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo.
Como a ambivalência emocional pode ser projetada no terapeuta, criando um ambiente de
tensão e repetição compulsiva.
• Case Complexo: Paciente obsessivo-compulsivo que desenvolve uma intensa relação de
dependência emocional com o terapeuta, alternando entre admiração e ressentimento. O caso
explora como o terapeuta pode evitar ser “sugado” pela relação simbiótica e, ao mesmo
tempo, guiar o paciente para lidar com sua ansiedade subjacente.
8. O Efeito Espelho: Quando o Terapeuta é Refletido no Paciente
• Descrição: Exploração de como pacientes com traços narcisistas ou antissociais podem usar
a sessão terapêutica para manipular, espelhar ou confrontar o terapeuta, criando uma
“batalha” pela autoridade. Como o terapeuta pode manter o controle da sessão sem ceder à
provocação.
• Case Complexo: Paciente antissocial que tenta manipular o terapeuta com mentiras
calculadas, distorcendo a realidade da sessão e testando os limites éticos da prática. O desafio
para o terapeuta é manter a integridade e a clareza diagnóstica enquanto navega pelas
tentativas do paciente de desestabilizar o processo terapêutico.
9. Fuga e Evitação: O Paciente que Não Quer Ser Tratado
• Descrição: Análise de pacientes que, embora busquem terapia, inconscientemente sabotam
o tratamento com mecanismos de fuga, evitação e resistência. O terapeuta precisa lidar com a
frustração de não conseguir engajar o paciente, e ao mesmo tempo continuar investindo na
relação.
• Case Complexo: Paciente com depressão crônica que cancela sessões constantemente,
nunca adere ao tratamento e se recusa a seguir recomendações terapêuticas. O terapeuta
deve entender o papel da resistência e como abordar essa dinâmica sem alimentar a evasão.
10. Relacionamento com a Culpa: O Paciente que Não se Perdoa
• Descrição: Exploração do conceito de culpa e auto-punição em pacientes que se recusam a
se perdoar por erros passados, mesmo quando racionalmente compreendem que não têm
controle sobre a situação.
• Case Complexo: Paciente que, após causar um acidente de carro em que outra pessoa
morreu, vive em constante autopunição. Apesar de ser claro que o incidente foi um acidente, o
paciente não consegue se desconectar do sentimento de culpa e culpa-se por não ter evitado
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a tragédia. O desafio do terapeuta é ajudar o paciente a atravessar o labirinto de autocrítica e
encontrar um caminho para o perdão e a aceitação.
11. Relacionamentos Falsos e a Busca por Validação: O Terapeuta como Substituto
• Descrição: Pacientes que constroem fantasias sobre o terapeuta, usando a relação
terapêutica para preencher lacunas emocionais deixadas por figuras parentais ou
relacionamentos passados, buscando validação e amor de maneira irrealista.
• Case Complexo: Paciente solitário que desenvolve um apego romântico ao terapeuta,
tratando-o como um substituto idealizado para uma figura paterna/ materna ausente. O
paciente acredita que o terapeuta é a única pessoa capaz de “salvá-lo”, criando uma forte
dependência emocional. O desafio é ajudar o paciente a separar o terapeuta de suas
projeções e reconstruir um sentido de autoestima baseado em si mesmo.
12. O Efeito “Double Bind” e a Ambivalência Emocional: Dilemas Sem Solução
• Descrição: Exploração do dilema psicológico conhecido como double bind, onde o paciente
se sente preso em escolhas impossíveis, levando a um ciclo de frustração e estagnação. Isso
ocorre frequentemente em dinâmicas familiares disfuncionais.
• Case Complexo: Paciente que se vê incapaz de deixar o lar tóxico de seus pais, sentindo-se
culpado por abandoná-los, mas igualmente incapaz de suportar o ambiente. Cada decisão
parece errada, levando à paralisação emocional. O terapeuta deve ajudar o paciente a
reconhecer a dinâmica do double bind e a encontrar formas criativas de sair dessa armadilha
mental.
13. Psicose e o Espelho Quebrado: Fragmentação da Realidade
• Descrição: Terapia com pacientes que apresentam episódios psicóticos, onde a linha entre a
realidade e a fantasia se rompe, criando desafios para o terapeuta em manter uma conexão
ancorada no presente.
• Case Complexo: Paciente que vive períodos alternados de intensa paranoia e delírios de
grandeza. Durante as sessões, o paciente alterna entre acreditar ser perseguido por figuras
imaginárias e declarar-se uma figura messiânica. O desafio do terapeuta é manter uma
abordagem centrada, ajudando o paciente a distinguir entre suas percepções distorcidas e a
realidade, sem invalidar suas experiências emocionais.
14. Terapia Familiar com um Membro Comportamentalmente Distante
• Descrição: Um desafio terapêutico envolvendo famílias onde um membro evita ou se recusa
a participar de interações emocionais, criando tensões dentro do grupo.
• Case Complexo: Adolescente de 16 anos que raramente fala com os pais ou irmãos,
isolando-se em seu quarto e não interagindo socialmente. A família o vê como “distante” e
“ingrato”, enquanto o adolescente expressa sua desilusão com a dinâmica familiar em
explosões pontuais de raiva. O terapeuta deve equilibrar as necessidades do grupo e tentar
reconstruir uma ponte emocional entre o adolescente e a família.
15. Paciente Comportamentalmente Sádico: A Destruição como Autoafirmação
• Descrição: Pacientes que encontram prazer na destruição emocional ou física de outros,
criando uma dinâmica intensa de controle e poder, tanto dentro quanto fora da terapia.
• Case Complexo: Paciente que relata, sem remorso, ter traído diversos parceiros e causado
intencionalmente sofrimento em amigos e familiares. O paciente busca justificar seus
comportamentos com uma filosofia niilista, dificultando a intervenção do terapeuta. O desafio
está em explorar as raízes desse comportamento sem alimentar a narrativa de
invulnerabilidade emocional.
16. O Colapso da Empatia: Pacientes com Transtorno de Personalidade Antissocial
• Descrição: Tratamento de pacientes com transtorno de personalidade antissocial
(psicopatia), que demonstram uma incapacidade fundamental de sentir empatia ou remorso.
O terapeuta deve confrontar a falta de motivação do paciente para mudar, ao mesmo tempo
em que procura entender as defesas psíquicas subjacentes.
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• Case Complexo: Paciente envolvido em atividades criminosas que vê a terapia como uma
formalidade imposta pela justiça, sem interesse genuíno em mudança. O paciente manipula e
mente durante as sessões, tornando o progresso terapêutico um desafio. O terapeuta deve
manter um senso claro de limites enquanto explora as fissuras potenciais nas defesas do
paciente.
17. Trauma Coletivo e Síndrome de Sobrevivente: Grupos em Luto
• Descrição: Abordagem de terapia em grupo com pacientes que compartilharam um evento
traumático, como desastres naturais, acidentes ou violência coletiva. O terapeuta deve
gerenciar o trauma coletivo e individual de forma que os membros do grupo possam se apoiar
mutuamente sem reabrir feridas.
• Case Complexo: Grupo de sobreviventes de um acidente aéreo onde várias pessoas
perderam entes queridos. Os participantes têm experiências conflitantes: alguns sentem
gratidão por sobreviver, enquanto outros enfrentam culpa profunda e ressentimento em
relação à perda dos outros. O desafio do terapeuta é trabalhar com a dinâmica do grupo,
ajudando cada indivíduo a encontrar um caminho de cura sem ser sobrecarregado pelas
emoções dos outros.
18. A Busca Infinita pelo Corpo Perfeito: Pacientes com Transtorno Dismórfico Corporal
• Descrição: Tratamento de pacientes com Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), que têm
uma percepção distorcida e obsessiva sobre defeitos físicos. A terapia requer o manejo de
pensamentos obsessivos e o desenvolvimento de uma visão mais realista do corpo.
• Case Complexo: Paciente que passou por inúmeras cirurgias plásticas, sempre insatisfeito
com o resultado, buscando uma perfeição inatingível. O paciente se recusa a acreditar nos
elogios dos outros, interpretando todos os feedbacks como falsidade ou condescendência. O
terapeuta deve lidar com o perfeccionismo obsessivo e as distorções cognitivas, promovendo
a aceitação e o trabalho emocional profundo.
19. A Sombra do Sucesso: Pacientes que Sabotam Suas Próprias Conquistas
• Descrição: Exploração de pacientes que, no auge do sucesso profissional ou pessoal,
começam a se sabotar inconscientemente, criando barreiras para o próprio crescimento.
• Case Complexo: Paciente que acabou de ser promovido a uma posição de destaque em uma
empresa multinacional, mas logo após a promoção, começa a negligenciar prazos e a tomar
decisões que minam sua própria carreira. O paciente expressa sentimentos de inadequação e
medo de fracasso,
sabotando suas conquistas. O terapeuta precisa trabalhar a insegurança e a síndrome do
impostor enquanto ajuda o paciente a lidar com as expectativas de sucesso.
20. A Cultura Tóxica no Ambiente Corporativo: O Paciente Preso em uma Rede de Abusos
Psicológicos
• Descrição: Este caso explora o impacto emocional e psicológico de ambientes corporativos
tóxicos sobre o paciente, onde a pressão por desempenho, manipulação hierárquica e assédio
moral são constantes. O paciente enfrenta dilemas sobre como lidar com esse ambiente sem
prejudicar sua saúde mental ou sua carreira.
• Case Complexo: Paciente que trabalha em uma grande empresa de alta pressão, onde a
cultura é marcada por competitividade extrema, microgestão e um ambiente de medo. O
paciente é frequentemente alvo de críticas públicas, sobrecarga de trabalho e é
emocionalmente manipulado por um superior que usa técnicas de gaslighting para minar sua
autoconfiança. Apesar disso, o paciente sente que não pode sair devido à importância
financeira e à reputação da empresa no mercado. O desafio do terapeuta é trabalhar com o
desgaste emocional e a ansiedade do paciente, ajudando-o a identificar formas de proteção
psíquica e estratégias de enfrentamento. Ao mesmo tempo, o terapeuta deve lidar com a
resistência do paciente em deixar o emprego, ajudando-o a avaliar seus limites e opções sem
comprometer sua saúde mental.